O tempo comprova que homo sapiens, como qualquer espécie, precisa consumir para sobreviver. Outras espécies, entretanto, consomem direto na natureza, e nós criamos ambiente cultural para isso.
Com o aumento gradual da população, tivemos que criar organizações intermediárias para prover produtos e serviços. Desta forma, o que existe hoje é o que podemos chamar de Consumo cada vez mais Intermediado e, por sua vez, taxa de “Qualidade de Consumo “.
Estudos afirmam que quanto maior o poder de escolha do cidadão, mais qualidade de consumo ele busca ter, e menor será a imposição de produtos e serviços por partes das organizações para com o consumidor. Muitos já estudaram os efeitos da qualidade de consumo e as variações de sistemas econômicos com mais ou menos liberdade de concorrência. Porém, é novo o estudo dos efeitos das Revoluções de Mídia na variação da taxa da Qualidade de Consumo.
Revoluções de Mídia acabam por promover de forma global ‘reintermediações’ na sociedade, que se iniciam com as ideias e depois com os produtos e serviços.
Confira o que hoje é considerado regra:
• Quanto mais intangível o produto/serviço, mais tenderá¡ a ser atingido diretamente por Revoluções de Mídia;
• Quanto mais tangível o produto/serviço, menos tenderá¡ a ser atingido diretamente por Revoluções de Mídia.
No entanto, mudanças de mídia acabam por atingir indiretamente todos os setores, pois o consumidor quando é empoderado de novas mídias, se modifica.
• Passa a receber informações de mais fontes, incluindo de outros consumidores;
• Passa a comparar preços e qualidade de atendimento com mais facilidade;
• Aumenta senso de comunidade, através de grupos que se conectam de forma permanente com mais facilidade do que no passado;
• É afetado por novos modelos de negócio, modificando parâmetros de consumo;
• Tem mais espaço para reclamar e ser ouvido por outros consumidores.
Assim, uma Revolução de Mídia aumenta a taxa da Qualidade de Consumo da sociedade, alterando ainda os parâmetros do consumidor, que fica mais exigente. O viés da Qualidade de Consumo passa de baixa/ou estável para alta, pressionando por mudanças nas organizações de plantão.
O poder da sociedade é, e sempre será, fortemente baseado no controle dos canais midiáticos/produtivos, que numa revolução desse tipo, se descentralizam por mudanças tecnológicas e o sucesso econômico da indústria de mídia depende de sua capacidade de permear as aspirações sociais e emocionais de uma sociedade.
O processo é o mesmo para qualquer outro negócio de hoje — as empresas estão cada vez mais sob pressão, especialmente das gerações mais jovens, para mostrar como eles contribuem para a sociedade. Henry Ford percebeu esta verdade, há muitos anos, quando ele disse: “um negócio que faz apenas dinheiro é um mau negócio”. Talvez seja por isso que a Ford continua por perto, até hoje.
Fonte: Administradores