Por Ecio Costa
O acompanhamento da performance das empresas é fundamental para que possam se desenvolver. No mercado brasileiro, este desafio é ainda maior, pois registros contábeis nem sempre apontam detalhes da realidade de cada departamento do negócio ou de seu desempenho ao longo do tempo.
Soma-se a isto, a dificuldade dos gestores, principalmente de empresas familiares, em analisar dados apresentados em relatórios contábeis.
Para tanto, torna-se importante para contabilistas, economistas e administradores, a reunião de metodologias que são multidisciplinares para a análise da performance de uma empresa. A elaboração deste conjunto de informações pode ser usada para o planejamento de curto e médio prazos e na definição de metas a serem atingidas pelos stakeholders e dirigentes do grupo.
Diversos tipos de análises econômico-financeiras podem ser feitos com dados oriundos dos levantamentos contábil e gerencial da empresa. Dentre eles, podemos citar os Lucros Bruto, Operacional e Líquido, o Payback, a TIR (taxa Interna de Retorno) o Ponto de Equilíbrio, o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization – Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o CMV (custo da mercadoria vendida) e o Mark Up dos produtos, dentre outras variáveis.
O acompanhamento mensal, onde se compara o mês do período passado ao imediatamente anterior, e ao mesmo mês do ano anterior, é de grande valia para o gerenciamento das me-tas a serem desenvolvidas, estas baseadas nas variáveis já mencionadas.
Este acompanhamento mensal ajuda a empresa a seguir o Orçamento Planejado daquele ano, por exemplo, e dar continuidade ao Planejamento Estratégico determinado no ano anterior.
A análise puramente contábil infeliz-mente termina não sendo totalmente satisfatória, pois existem dados que, muitas vezes, não são informa-dos para a contabilidade ou mesmo são classificados erroneamente. A informalidade também atrapalha a obtenção dessas informações com maior acurácia e o uso de relatórios gerenciais pode ser uma boa indicação para reduzir este lapso de informações.
“… uma assessoria na gestão econômico-financeira às empresas pode tomar corpo, determinando uma nova forma do empresário conhecer seu próprio negócio e entender como ele está se desenvolvendo (“performando”) ao longo do tempo.”
Por fim, o uso de ferramentas de visualização amigável de análises da gestão econômico-financeira, como o Microsoft PowerPoint, o uso de Business Intelligence de determinados softwares de gestão (ERPs) ou até mesmo em formatos mais simples trazem sempre um apoio visual através de gráficos, planilhas e figuras que permitem um maior engajamento por parte dos gestores do negócio.
Estas apresentações podem ser feitas mensalmente para acompanha-mento, discussão de determinação de metas a serem atingidas no curto prazo. Uma visão sistêmica, de longo prazo também pode ser traçada, usando estes mesmos artifícios.
Desta forma, uma assessoria na gestão econômico-financeira às empresas pode tomar corpo, determinando uma nova forma do empresário conhecer seu próprio negócio e entender como ele está se desenvolvendo (“performando”) ao longo do tempo.
É surpreendente ver como muitos desconhecem dados importantes das variáveis já mencionadas e, mais ainda, como valorizam a assessoria depois de verem melhoras em seus indicadores de desempenho.
Ecio Costa é Ph.D. em Economia e professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Empresário, é sócio da CEDES Consultoria e Planejamento.
OBS: O autor do texto esteve entre os palestrantes do 1º GESCAP, com a palestra “Gestão econômico-financeira de empresas e seu acompanhamento. Qual a performance do seu negócio?”.